O Lobo Solitário

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terça-feira, 11 de junho de 2013

Pessoas que apenas cumprem a lei




 
 
 
Na passada sexta feira, quando passava nas portagens da ponte 25 de Abril numa faixa reservada a utilizadores da Via Verde como é o meu caso, estavam funcionários da Lusoponte acompanhados de elementos da PSP para mandar parar todos os veículos a quem acendesse o semáforo amarelo.
A mim o semáforo acendeu verde como normalmente acontece mas fui mandado encostar na mesma, o agente aproximou-se e solicitou-me a apresentação dos meus documentos e os da viatura e apartir daqui seguiu-se a demonstração de poder por parte do agente.
Como não havia problema nenhum com os documentos começou por me comunicar que eu iria ser autoado por apresentar o pára-brisas da viatura rachado, depois veio a parte insólita ao aperceber-se que a viatura pertencia a uma empresa de transportes. Perguntou-me se eu era empregado ou se era dono da empresa, respondi afirmativamente como representante legal da mesma, de seguida pediu-me uma fatura para que pudesse comprovar o número de contribuinte da firma, pacientemente respondi que desde o inicio do ano as faturas só podem ser emitidas por via eletrónica como tal não era possível satisfazer o seu pedido, perante a minha resposta o sr. agente teve mais uma ideia luminosa e lembrou-se de me pedir uma guia de transporte ao que eu neste ponto tive de ceder ao agente da autoridade, facultei-lha uma das guias da Antram que frequentemente utilizo para declarar as mercadorias que transporto, o senhor ficou um bocado embaraçado ao constatar que a mesma se encontrava em branco e rapidamente me perguntou porque é que o número de contribuinte não constava na guia, mais uma vez tive de ser paciente e responder-lhe que não fazia a mínima ideia, as guias tinham sido adquiridas na Antram que é uma espécie de associação das empresas de transportes e que se o senhor pretendesse saber a resposta teria de entrar em contacto com esta associação que é a entidade que comercializa estes documentos, o agente ficou novamente atrapalhado sem saber o que mais me havia de pedir, foi então que sugeri ao agente que era mais fácil pedir-me o documento emitido pelas finanças a que vulgarmente se chama cartão de contribuinte onde consta o tão desejado número (daaaaaaa), de pronto recusou dizendo que já não era preciso.
Perante o embaraço, reafirmou a coima devido ao vidro estalado, como não ando propriamente abonado e como não vinha nada a calhar uma multa, senti-me pressionado a justificar o motivo da rachadura no pára-brisas, contei ao agente que o problema se deveu ao facto de que há duas semanas sensivelmente ter saltado uma pedra da traseira de um camião provocando o dano e aproveitei para o perguntar ao agente se achava justo que para alem de eu ter de pagar um vidro novo ainda tivesse de pagar uma coima?
Agente:- Você deve pensar que eu ando aqui há dois dias, o senhor nem sequer apontou a matricula
               do camião?
Eu:- Não sei há quanto tempo o sr. agente anda aqui, apenas estou a relatar o que aconteceu e quando
        aconteceu e de que é que me servia apontar a matricula do camião? Como é que eu ia provar
        que aquele camião tinha soltado uma pedra que provocou aquele dano? 
Agente:- O senhor tem obrigação de saber que não pode andar com a viatura nessas condições, eu
               estou apenas a cumprir a lei
Eu:- O senhor é que sabe, se acha que está a ser justo, não lhe resta mais nada que não seja multar-me
O senhor lá pôs a mão na consciência e mandou-me embora, não sem antes me ameaçar de que ainda nos havemos de cruzar, só espero que da próxima vez que nos cruzarmos, o sr. agente esteja devidamente fardado e não tenha um colete refletor a cobrir-lhe a identificação e as divisas que atestam a patente e espero também que tenha luvas calçadas quando me pedir os documentos, caso contrário terei de fazer participação do senhor nos locais próprios porque da multa ninguém me a vai livrar.
É por estas e por outras que não consigo atinar com as nossas policias, tenho vários conhecidos que são policias ou guardas e todos são muito simpáticos mas gostava de os ver no exercício das funções, de certeza que se esquecem que são simples números na sociedade com o insignificante poder de estragarem o dia a um qualquer cidadão e é pena que não tenham a humildade para assumir que para eles a lei é um pouco diferente, é pena também que não reconheçam até que os inúmeros cortes que o governo está a fazer no país não lhes toca com a mesma violência que a nós por serem eles o garante da ditadura que se começa a instalar em Portugal.
Resumindo, são uns tristes e no fundo até acabo por ter pena deles, em casa se calhar teem medo das esposas e na rua com uma farda sentem-se donos do mundo, palermas, esquecem-se que talvez um dia não muito distante terão as forças armadas a impor-lhes o respeito que eles agora impõem a quem anda a trabalhar, a informar, a manifestar-se de forma ordeira, pessoas até com uma vida de trabalho honesto que nunca receberam para bater em pessoas de idade, mulheres ou quem lhe apareça pela frente, que nunca receberam por fora para fecharem os olhos ao que quer que fosse.  
 
 

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