O Lobo Solitário

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Discriminação de género


 
As noticias que vieram a publico recentemente sobre o Colégio Militar fizeram lembrar-me os tempos de tropa.
Entrei para a Armada Portuguesa quando ainda só por lá andavam homens e saí depois de chegarem as misef (militar do sexo feminino), em grande parte devido à discriminação de género.
Quando as meninas chegaram a Vila Franca para a recruta, tinham a coberta completamente remodelada.
Tudo era novinho a estrear, camas com a respetiva roupa e colchões, cacifos, lavatórios, chuveiros, tudo.
Enquanto remodelavam a coberta das meninas a minha companhia andava de trouxa às costas devido aos percevejos que atacaram uns quantos desgraçados.
Depois as misef também não podiam navegar porque os navios não dispunham de condições de habitabilidade para as donzelas, se estavam com o chico saiam da escala de serviço devido às dores mestroais e por aí fora. No que toca à competência que apresentavam na minha especialidade (mecânica), só posso dizer que a Marinha pouco me ensinou pois eu vinha de curso tecnicoprofissional de desenho técnico onde a mecânica fazia parte do curso, já as meninas nem o nome das ferramentas sabiam, quanto mais sujar a pintura das unhas em óleo queimado.
 
A serem verdadeiras as noticias sobre o Colégio Militar e não há motivo para duvidar porque foram veiculadas por mais do que um órgão de comunicação social, a coisa não começa de modo muito diferente. Parece que os meninos vivem em regime de internato, as meninas em regime de externato, o resto, o resto é o blablá habitual, recebemos tratamento igual aos rapazes, Wiskas saquetas, Wiskas saquetas.

 

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